Como e por quê criar uma rotina que faça sentido para você
Meus avós ficaram juntos por mais de 65 anos. Além do exemplo de união que sempre enxerguei nos dois, alguns pontos peculiares dos seus hábitos diários sempre despertaram a minha atenção.
É porque enquanto meu avô dormia cedo e às 7h30 da manhã já estava de pé saindo pra correr, a minha avó estava em seu “10° sono”. Ela dormia (e ainda dorme) muito tarde – brincamos que sabe tudo sobre os programas da madrugada – e estende seu sono até a hora do almoço se deixar. Hábitos e rotinas um pouco distintas, mas que sempre funcionaram perfeitamente para que eles cumprissem seus planejamentos diários, cada um do seu modo e em seu tempo.
Conversando com a minha avó sobre a divergência de seus hábitos e os do meu falecido avô, ela foi rápida e segura dizendo que do momento que acordava até a próxima hora de dormir, fazia todas as suas obrigações com muita disposição. Acordar cedo nunca se encaixou no seu perfil, por isso sua produtividade diária não poderia estar relacionada ao que a maioria das pessoas definem como o correto para ser alguém produtivo.
Me vali desse exemplo dos meus avós para refletir sobre rotinas, mudanças e descobrimento pessoal. Reconheço que temos um padrão de comportamento na sociedade, mas e se pusermos nossa percepção do que funciona melhor para nós…em primeiro lugar?
Quando criamos nossa própria rotina, estamos procurando a melhor forma de enxergar a nossa produtividade. Não é ser preguiçoso, não é querer ser um ponto fora da curva, é simplesmente querer extrair o melhor de nós mesmos na hora e lugar que sentimos mais conveniência.
Usando o exemplo dos meus avós, uma pessoa que acorda tarde pode ser tão produtiva quanto aquela que acorda cedo, desde que elas saibam organizar de forma inteligente o seu tempo disponível. E não é o que dizem? O tempo é o que temos de mais valioso. Desde que saibamos planeja-lo, tudo é possível, não é mesmo?
Então se me perguntassem quais são os elementos necessários, no meu ponto de vista, para criar uma rotina pessoal, eu combinaria três: a prática (pois somente vivenciando podemos saber o que funciona melhor para nós), o planejamento (escrevendo num caderno os horários e qual atividade será feita em cada um deles) e por último, sendo talvez a mais importante: a dedicação, pois sem ela, não há planejamento que funcione, né?
Quando lembro do caso dos meus avós, consigo perceber facilmente que a rotina das pessoas não precisa ser exercida da mesma forma para ser considerada produtiva. O desenvolvimento pessoal de cada um é único e talvez seja isso que nos torna diferentes. Eu gosto de saber que aquilo que funciona para o outro, talvez não seja o mesmo que funciona para mim.
Não há porquê ter medo de se descobrir na prática e conhecer o que melhor se encaixa no seu perfil. Basta ter o planejamento, a constância e a satisfação de que do momento que você acorda até a próxima hora de dormir, você deu o melhor de si. No final das contas, nós somos os protagonistas da nossa própria história e em respeito ao enredo incrível que ela merece, que tal praticar, planejar e se dedicar para que isso aconteça?
Deixe seu comentário